31 de outubro de 2010

Quadrinista 2 - A Missão: Provando teorias

Fazer quadrinhos de forma factual, em 2007, em Campos dos Goytacazes, em pouco tempo, e com o mínimo de recursos, era mesmo um desafio. Não queria algo como as charges, ou tirinhas, que aparecem nos jornais todos os dias contando um determinado fato factual - com as tirinhas isso ainda é muito raro e em Campos algo inexistente -, mas queria publicações semanais, quinzenais, e até diárias de quadrinhos. Queria provar que elas poderiam existir sem problemas e ser factuais, tão rápidas quanto uma publicação de um jornal ou de uma revista semanal, por exemplo.
É óbvio que meu trabalho final foi baseado nesse tema, e junto com um artista de Campos, Glauco Torres, um velho amigo de infância e outro quadrinista incompreendido, fiz uma revista factual em quadrinhos. Foi uma trabalheira desgraçada juntar os fatos de uma semana, roteirizar tudo, escrever e entregar os esboços para Glauco todos os dias. Depois de tudo pronto refizemos boa parte da revista em apenas um dia e ligamos todas as pontas soltas. A revista poderia ter ficado muito melhor, mas tivemos pouco tempo. O importante foi que consegui provar que os quadrinhos poderiam ser, também, uma ferramenta de comunicação factual, tão rápida quanto um jornal, ou uma revista semanal.
Para ilustrar a ideia voltei ao Herói. Refiz o personagem. Na verdade aproveitei apenas o seu nome. Queria juntar o conceito de super-heróis com jornalismo factual e mostrar que era possível ver notícias de verdade em uma revista de super-heróis. Como gostava do poder do Superboy (e a sua telecinésia táctil) usei isso como poder para meu novo herói. Era mais fácil de desenhar e não perderia muito tempo tentando inventar alguma outra coisa. No fim, deu tudo certo. Consegui uma boa nota, imprimi algumas revistas e distribui na sala. Provei minha tese, mas não sai lucrando muito depois disso. Nenhum jornal se interessou - nem o jornal onde eu trabalho - e ninguém pagaria um centavo por isso. Projeto engavetado.
Confesso que tenho algumas tirinhas "factuais" guardadas em minha gaveta, porém, mais uma vez, o pouco tempo que tenho e o pouco caso para com as tirinhas e quadrinhos em Campos dos Goytaczes me desanimou. E como preciso ganhar dinheiro para pagar as minhas contas, as tirinhas do Herói, de outros personagens, factuais ou não, continuam encaixotadas. E por enquanto ficarão por lá, pelo menos por enquanto...
Segue aí, alguns trechos interessantes da minha única revista em quadrinhos, factual, pelo menos era factual na época do lançamento.

30 de outubro de 2010

Quadrinista 2 - A Missão

Continuando as minhas agruras como quadrinista em Campos dos Goytacazes, minha vida de quadrinista - ou dublê de quadrinista? - não se resumiu apenas às publicações da tirinha do Herói e seus amigos nas páginas do caderno de cultura de O Diário (hoje chamado de Caderno Dmais). O Herói e outros coadjuvantes continuaram existindo na minha prancheta e apenas lá. Alguns poucos anos depois, abandonei a faculdade de Direito, ao descobrir que "grandes merdas é ser adevogado" e imediatamente comecei a faculdade de jornalismo. Eu já tinha o título da minha tese de conclusão de curso no meu primeiro ano: "Quadrinhos como Ferramenta Útil da Comunicação Social". Trabalhei e procurei me especializar em quadrinhos durante os quatro anos de curso. Enfiando quadrinhos em todos os trabalhos que podia, além de me empanturrar de livros teóricos e biografias, e é claro, sem deixar de ler tudo o que via pela frente. Ao concluir o curso, tentei convencer a banca examinadora de que os quadrinhos não são feitos única e exclusivamente para o público infanto juvenil, que existia um milhão de utilidades nesse tipo de leitura e meu maior desafio foi provar que os quadrinhos poderiam ser factuais. Resolvi roteirizar e desenhar uam revista em quadrinhos, de super-heróis, e factual... Aí começou uma difícil missão...

25 de outubro de 2010

Fábio Moon e Gabriel Bá em Campos

A programação da 6ª Bienal do Livro de Campos, enfim veio à público. No que diz respeito à nona arte, pouca coisa. Aliás, tudo se resume em dois artistas: Fábio Moon e Gabriel Bá. Os dois quadrinistas estarão em Campos, no dia 9 de novembro, às 15h, na Arena Jovem, um dos pontos de encontro da Bienal. O tema, segundo o guia do evento, é: Série Profissões: Quadrinistas - Traços & Riso. Este humilde blogueiro e dublê de quadrinista vai mediar o debate, bate-papo, ou o que vier.
A 6ª Bienal do Livro de Campos vai receber alguns artistas interessantes, gente muito boa, e grandes nomes da literatura: João Estrela, Laura Muller, Gabriel O Pensador, Ana Botafogo (?), Elisa Lucinda, Ruy Castro, Luiz Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura, Nelson Motta, Arnaldo Bloch, Tony Belloto, entre outros. Mas, para os quadrinistas, gibizeiros, fanzineiros, amantes da nona arte... enfim, só teremos mesmo esse horariozinho abençoado para tratar de nossos anseios e desejos mais secretos.
Então, dia 9 de novembro, às 15h, todo mundo - principalmente os quadrinistas - têm encontro marcado na 6ª Bienal do Livro de Campos.

Mais sobre Luizz Ribeiro

Como forma de homenagem, e para que a obra de Luizz Ribeiro ainda permaneça por muito tempo em nossas mentes, vou deixar aqui na mucufo TV o vídeo do ensaio da Avyadores do Brazyl onde Luizz interpreta uma de suas últimas canções: IndGesta. Luizz tem uma quantidade considerável de vídeos postados no You Tube. Basta procurar pelas sentenças Luizz Ribeiro e Avyadores do Brazyl. A maioria dos vídeos foi postada pelo sempre presente poeta campista Artur Gomes, parceiro constante de Luizz em centenas de poesias e composições.

24 de outubro de 2010

Luizz Ribeiro

A morte é mesmo uma coisa estranha, nunca vou conseguir lidar com ela, nunca vou conseguir encarar algumas perdas de forma natural, ou como se isso fosse uma das "coisas da vida". Pra mim, a morte de algumas pessoas sempre será algo injusto, uma perda desnecessária, uma coisa inexplicável. Hoje amanheci com a notícia da morte de Luizz Ribeiro, um músico extraordinário, compositor genial, exímio instrumentista e um homem de caráter. Uma das pessoas mais generosas que eu já conheci e definitivamente, um gentleman. Luizz Ribeiro conseguia unir a virilidade do Rock and Roll a uma postura de cavalheiro que só pode ser comparada a dos lordes ingleses.
Tive a oportunidade de compartilhar bons momentos com Ribeiro. Tocamos juntos em um projeto meu na Praça em frente a Faculdade de Filosofia, montamos o circo no meio da praça e tocamos algumas músicas, Toquei e cantei ao lado de Luizz uma versão dele para a música do R.E.M, "The One I Love", não preciso dizer o quanto isso me deixou emocionado, era a realização de um sonho, cresci vendo Luizz Ribeiro tocar e ser venerado com um dos melhores, e agora eu estava ao lado do moço.
Como se já não bastasse, eu e a minha banda - Cactus Kid - fomos entrevistados no seu programa na UniTV, Nota Sobre Nota. Luizz nos deu a honra de tocar conosco uma de nossas músicas, colocando na canção a sua guitarra impossível.
Recentemente, quando descobriu a sua doença, Luizz Ribeiro foi homenageado por músicos de Campos, de todas as gerações. Ribeiro que estava acamado, inclusive sem conseguir andar, se recuperou de forma impressionante. Levantou-se, empunhou mais uma vez a sua guitarra e voltou aos palcos. Tocou e tocou muito e levou a Avyadores do Brazyl para todos os cantos que conseguia.
A morte, às vezes, em alguns casos, é um mal necessário, mas em outros é injusta, indesejável e perfeitamente dispensável. Não entendo porque algumas coisas acontecem, mas não parece que tem alguma coisa errada quando homens como Luizz Ribeiro morrem de forma tão prematura e outros bastardos estão vivos para contar suas histórias? Não dava pra trocar?
Como dizia a letra de uma de suas últimas canções: "Me dá licença, vou beijar o céu", vá em paz Luizz e com a certeza de que foi amado e respeitado por todos enquanto esteve nesse palco maluco aqui na Terra.

23 de outubro de 2010

Mahna Mahna!!!

De repente o vídeo de Mahna Mahna pulou para a mucufo TV. Não foi por acaso. Como se já não bastassem as mil e uma vezes que eu assisti a esse vídeo, meu filho Kal-El, de um ano e sete meses de idade se apaixonou pelos bonecos de Jim Henson. O que já é um bom sinal!
A canção se tornou popular e mundialmente famosa graças as suas exibições na internet e aos trechos recortados e sampleados em canções pop. Tanto que vários vídeos no You Tube tiveram os seus áudios bloqueados por que a Disney estava cansada de perder dinheiro.
A introdução da música foi utilizada pelo Pato Fu, em 1999 no CD Isopor, na abertura da canção Made In Japan.
O vídeo não tem nada demais, chaga a ser bobo, mas é engraçado. A música é pegajosa, e o tal do Mahna Mahna é grudento. Não há criança que não se encante e qualquer adulto com o mínimo de sensibilidade vai acabar gostando. O vídeo foi exibido pela priomeira vez no programa de Ed Sulivans, nos Estados Unidos em um quadro do Muppet Show. A versão fez muito sucesso e depois, quando Os Muppets já tinham seu próprio programa, já em 1976, outra versão veio à tona - essa que está aí no mucufo TV. A versão original é de uma canção sueca, que nunca ouvi. Antes, o embrião da canção que foi apresentada em 1976 também passou pelo programa Sesame Street, que no Brasil ficou conhecido como Vila Sésamo. As três versões, podem ser encontradas facilmente no You Tube, todas as versões cujo áudio foi bloqueado são de 1976. As versões de 1969 e a versão de Vila Sésamo, ou Sesame Street, devem ser procuradas em inglês.
Bom, não sei quanto a vocês, mas eu ainda vou ouvir esse Mahna Mahna um monte de vezes antes de ir dormir. E, confesso, não reclamo, às vezes até gosto. Boa noite. 

Disney de verdade

Descobri quase que por acaso, em um blog americano chamado "uhhhLeesha", - o nome é esse mesmo - uma série de fotos de personagens da Disney live action, ou seja, gente de verdade transformada em personagens da Disney, versões reais da Cinderela, Branca de Neve e etc. Qual a novidade nisso? Nenhuma. Eu sei. Mas, desta vez, o fotógrafo e a produção acertaram, pois as mulheres são realmente bonitas, e estão incrivelmente semelhantes aos desenhos animados. Clique aqui entre no blog e veja a Jessica Rabbit - essa mulher existe mesmo? -, e dá só uma olhada na foto que eu separei para ornamentar o mucufo... e é de verdade em...
Ok! Acho que tem umas fotos de personagens masculinos lá também, mas só consigo me lembrar das princesas, não sei porque...

21 de outubro de 2010

Quadrinista (Ano 1) - Parte final

Como eu ia dizendo quando fui abruptamente interrompido, as tirinhas do Herói - e de outros personagens, de outros artistas - estavam sendo publicadas em O Diário, mas nem todos estavam tão felizes. Os desenhistas começaram a se perguntar porque não recebiam uma pequena quantia em dinheiro. E meus editores não podiam nem imaginar que eles estavam cogitando essa possibilidade, sob pena de expulsarem todas as tirinhas das páginas do Caderno de Cultura. A responsabilidade era minha, e de certa forma me senti um pouco pressionado. Além disso, eu estava cada vez mais envolvido com a minha ascensão como repórter, e desenhar tirinhas estava cada vez mais difícil. Nesse período os personagens coadjuvantes se tornaram mais freqüentes: Papai Noel, Ursinho Pimpão, e os figurantes mexicano, árabe e um gordo de biquíni que tirei de uma revista de Sérgio Aragonés, estavam sempre aparecendo.
Como era visível a minha falta de tempo, e os roteiros estavam cada vez piores, resolvi revitalizar a tirinha de alguma forma e então matei o Herói! Isso sempre funciona e nesse caso também funcionou. Durante uns três meses usei as fotos do noticiário e coloquei balões em personalidades de Campos: políticos, jornalistas, gente da alta sociedade, todos de alguma forma lamentando a morte do Herói.
A brincadeira com as fotos deu uma sobrevida para a tirinha, mas a brincadeira não durou muito tempo, e logo o Herói se foi, dessa vez de forma definitiva. A tirinha deixou de ser publicada e mantive por algum tempo dois ou três artistas desenhando no Caderno, até que eles também perderam o tesão e as páginas do Caderno de Cultura ficaram sem as tirinhas. O horóscopo e a programação de cinema acabaram substituindo-as.
Nunca mais voltei a desenhar para o Diário - embora ainda trabalhe lá -, as tirinhas se foram, e passei a desenhar em casa, onde mantenho meus trabalhos guardados na minha gaveta. Criei um projeto de um suplemento infantil e juvenil para o jornal que não foi pra frente. Não foi aceito por não ser comercial o bastante.
O Herói foi publicado durante dois ou três anos. Hoje, em casa trabalho na série, "Os Heróis" onde junto todos os personagens que criei, além de outros coadjuvantes, em situações do dia-a-dia. Mas essa série, bem como outras que fiz na minha adolescência, estão guardadas no fundo do armário.
Vou tentar enfrentar novamente o mercado, mas ainda preciso ensaiar mais o repertório, e pretendo testar, aqui no mucufo, as novas tirinhas e os novos personagens. Se isso vai dar certo? Sinceramente não sei, mas por enquanto fico com a boa lembrança dos dois ou três anos de tirinhas do Herói. Separei algumas ao longo dessas cinco partes da minha saga como quadrinista. O material publicado, de forma oficial, é pequeno e mostra muito pouco do que posso e gostaria de fazer, tenho um farto material na minha estante, como fanzines, artigos, resenhas e tirinhas, além de toscas histórias de super-heróis. Mas esse relato mostra o quão difícil é ser quadrinista em Campos dos Goytacazes.

Vida de Quadrinista - Parte 4

Como tentei explicar nas últimas postagens, minha vida de quadrinista na intrépida e formosa planície Goytacá nunca foi fácil. A cidade não tem muita culpa, embora nunca tenha ajudado muita coisa. Mas quando eu achava que o Herói era o personagem de tirinhas mais famoso dos jornais de Campos, descobri que o que estava fazendo sucesso mesmo era o Homem-Panela. Uma bobagem criada em uma manhã onde eu precisa entregar a tirinha para o editor em dez minutos e ainda não sabia o que ia escrever ou desenhar.
Me lembrei de que o jornal concorrente estava realizando uma promoção, uma espécie de show de prêmios, do tipo que coloca um cupom na capa, você recorta, junta um monte de papéis picados e troca pelos prêmios que o jornal promete. E é aí, que entra a parte legal da coisa. O jornal prometia: fogão, geladeira, móveis e outros utensílios domésticos. E toda a semana um ganhador aparecia com os prêmios na primeira página. O problema é que todos, absolutamente todos, ganhavam panelas! Era como se eles tivessem um estoque de panelas de pressão e não soubessem como iam se livrar delas.
E então, num estalo desenhei o Homem-Panela, fiz a tirinha e publiquei. Imaginei que ninguém ia sacar, mas os únicos que não sacaram foram os habitantes da redação onde eu trabalhava, porque na redação do concorrente não se falava em outra coisa.
Não demorou para que os repórteres e editores do outro jornal - onde eu trabalhei e por acaso o editor chefe recusou minha proposta de desenhar tirinhas para o jornal - começassem a me chamar de Homem-Panela nas ruas. Um deles me confidenciou que o personagem fez sucesso por lá e que só mesmo os donos do jornal não gostaram. Era o que eu precisava ouvir para estender a série do Homem-Panela por mais uns dois ou três meses, até que a promoção acabou e o Homem-Panela perdeu o sentido... bom depois disso... acho que desenhei mais algumas coisas... e acho que termino essa curta história na próxima postagem.

20 de outubro de 2010

Mais sobre Serra e o livro "Dez na àrea..."

Fez algum barulho aqui no mucufo, e no Urgente!, a materinha que postei sobre José Serra e o livro "Dez na àrea, um na banheira e ninguém no gol". Tentei de todas as formas encontrar a matéria onde José Serra fala dos desenhitas e esculhamba o livro, ao invés de responsabilizar seus subordinados. Não encontrei. Os tucanos foram mais rápidos e apagaram a entrevista que o então governador José Serra deu para o SPTV. Infelizmente esbarrei nessa matéria, (no mucufo tv aí do lado) onde a imprensa, num espetáculo de desinformação e com um texto preconceituoso, tenta destruir ainda mais a reputação da obra.
Parabéns José Serra, e parabéns a uma mídia que mostra cada vez mais, que não sabe como tratar os quadrinhos. Vocês fizeram um bom trabalho!
Quem estiver afim de saber mais sobre o assunto pode olhar aí do lado, na mucufo tv, a matéria sobre o livro. Se ficar com raiva pode xingar à vontade! Eu to xingando até hoje!

Quadrinista (em apuros!) - Parte 3

Como escrevi nas duas postagens anteriores, minha saga (ou sina?!?!) como quadrinista em Campos começou com as publicações no jornal O Diário. Graças a benevolência de editores e amigos. O Herói, um misto de Superman, Overman e personagens de Sérgio Aragonés, começou a fazer algum sucesso, As tirinhas tiveram no início uma boa resposta, mas como eu não tinha muito tempo para pensar em roteiros decentes, o que mais imperava eram piadas toscas, ideias repetitivas, coisas insípidas e outras, muito, mas muito ruins. Com isso, fui perdendo o tesão, e comecei a apelar para piadas internas, coisas que ninguém entendia, mas eu e a redação do jornal nos mijávamos de rir. É óbvio que não demorou muito para que alguém de fora do nosso mundinho reclamasse e eu passei a abrir o leque e expandir o Herói, as coisas então começaram a melhorar.
A criação de novos personagens e a transformação de pessoas do meu cotidiano em personagens das tirinhas, coadjuvantes do Herói, funcionou muito bem. No rastro do Herói vieram O Estagiário, O Ursinho Pimpão, O Homem-Panela, Papai Noel tupiniquim e outros que não me lembro agora. Cada personagem tinha uma razão e acabavam caindo nas graças do público.
As tirinhas do Estagiário se baseavam nas peripécias dos estagiários do jornal, que me davam todos os dias um material muito farto! O Ursinho Pimpão era uma espécie de escada para os outros personagens, e sempre me salvava quando eu não tinha inspiração. Tudo o que ele tinha que fazer era invadir a tirinha e pedir "um abracinho". O Papai Noel tupiniquim veio na época do Natal e era uma adaptação nacional do Santa Claus convencional. Porém, nenhum desses coadjuvantes fez tanto sucesso quanto o Homem-Panela.
 E a história deste personagem eu conto em outra postagem, porque agora tenho terminar o almoço e ir trabalhar.

19 de outubro de 2010

Quadrinista - Parte 2

Continuando a minha saga como quadrinista na cidade intrépida e formosa, em 2001 comecei a publicar as tirinhas do Herói no Caderno de Cultura de O Diário. Antes disso, uma matéria foi publicada na capa deste mesmo caderno, apresentando esses cartunistas/desenhistas/quadrinistas para a cidade. Não custa nada acrescentar que essa foi a primeira vez que um jornal de Campos, diário, publicava tirinhas de artistas de Campos. Antes apenas os chargistas tinham esse privilégio. A Folha da Manhã, já havia publicado tirinhas em 1999, mas de autores paulistas, surrupiadas de um site gratuito da internet, funcionavam mais como um tapa-buracos.
A apresentação das tirinhas mereceu uma chamada de capa, onde o Herói ganhou algum destaque. A figura do Herói estampada na capa de um jornal diário, de grande circulação em todo o Norte e Noroeste Fluminense, por si só, já era uma vitória.
A matéria com os quatro ilustradores ganhou a capa e mais um desdobramento na página seguinte. A matéria contava um pouco sobre a vida de cada artista e como haviam chegado até ali. Não ganhávamos remuneração alguma pelos desenhos publicados, e eu sabia que as tirinhas um dia sairiam de cena, tão logo precisassem do espaço ou encontrassem um outro editor menos paciente com os meus atrasos e o dos outros artistas.
Além desse pobre quadrinista que vos fala, também desenharam nessa primeira fase: Glauco Torres, Adriano Ferraiuoli e Beralto, na época eu ainda não sabia que nome usar, então assinava apenas Peixoto. Formando em Direito e postulante a uma vaga na Faculdade de Jornalismo, ainda não tinha ideia de onde poderia ir com as tirinhas ou com o projeto dos quadrinhos. As publicações, embora muito amadoras e muito toscas em alguns casos serviram para quebrar o tabu e fazer história. Finalmente os artistas de Campos tinham onde publicar suas tirinhas. E eu poderia fazer de conta que desenhava super heróis.
Dá uma olhada nas reportagens de estreia das tirnhas e veja como estou à vontade no papel de popstar. Um milhão de vezes mais magro e com um milhão de ideias na cabeça. A matéria foi escrita pela repórter Débora Batista. Não leia, eu não gostei e não acho que tenha ficado boa. A editora de cultura na ocasião eu não me lembro quem foi, mas tenho três opções: Sofia Vecce, Ana Ruth Manhães e Angélica Vellemen, foi uma dessas três.

Quadrinista - Parte 1

Minhas primeiras publicações como quadrinista - ou algo muito parecido - aconteceram em 2001. Com pouco tempo, poucas boas ideias e um monte de trabalho para fazer, convenci o editor do jornal onde eu trabalhava como diagramador e designer gráfico a publicar tirinhas de artistas de Campos, entre eles, eu, é claro.
Ainda era um estudante de Direito insatisfeito e trabalhava no jornal para pagar as minhas contas. Sonhava apenas em escrever críticas musicais para revista Bizz e escrever as histórias da Liga da Justiça. Sobre música consegui escrever, mas as histórias da Liga da Justiça ainda estão bem distantes. As tirinhas surgiram no primeiro semestre de 2001. De tanto encher o saco do meu editor consegui permissão para publicar as minhas tiras e a de outros três amigos. Funcionou bem por um tempo, eu só me esqueci de um detalhe primoroso: criar uma boa tirinha ou um bom personagem, e isso eu não tinha. Foi meio que num rompante que nasceu "O Herói". Um misto de Superman e Overman, que usava mullets (e essa era a melhor coisa do personagem) e que falava sozinho e tentava interagir com os leitores. Os roteiros eram inspirados no humor de Sérgio Aragonés, e confesso, eram muito fracos. Os traços eram infantilóides, como acho que são até hoje, e o roteiro muito, mas muito pouco inspirado. A redação gostou, meus colegas gostaram e fez um relativo sucesso na cidade.
O problema é que eu não tinha tempo para pensar em uma boa tirinha, e em alguns momentos escrevia e desenhava as tiras em dez minutos, quando não fazia em cinco. Como resultado, algumas tirinhas eram ótimas, outras muito ruins, e a maioria me deixa envergonhado até hoje. Mas mesmo assim o Herói sobreviveu por uns dois anos ou mais. Antes disso minha experiência com publicação se resumiu a desenhos e histórias nas páginas de uma coluna infantil em um jornal de 1979, ou 78... sei lá.
Quando comecei a fazer jornalismo e passei a escrever matérias, apurar e às vezes editar textos, a dificuldade para desenhar as tirinhas aumentou ainda mais. O Herói acabou sendo sepultado de vez. Trabalhei com outros personagens que criei e coloquei na tirinha do Herói entre 2001 e o início de 2003, até que deixei definitivamente de publicar os personagens. Nunca deixei de escrever ou desenhar, mas publicar que é bom... nunca mais.

17 de outubro de 2010

Serra não gosta de Quadrinhos... e os quadrinistas não gostam de Serra...

O presidenciável José Serra, então Governador do Estado de São Paulo, foi protagonista de um dos episódios mais polêmicos da história dos quadrinhos no Brasil. O episódio colocou Serra contra os quadrinhos e hoje, contra ele, estão todos os quadrinistas. São Paulo é a casa das maiores editoras do Brasil e boa parte da produção nacional vem da Terra da Garoa, dos artitas que residem e trabalham por lá. O que posto aqui é um mix de reportagens, matérias e artigos sobre o caso.
A história é simples e posso resumi-la em duas linhas: A Secretaria de Educação de SP adotou para crianças de nove anos o livro: "Dez na área, um na banheira e nenhum no gol". O problema é que o livro é direcionado a um público adulto, e Serra, ao saber disso, ao invés de atacar seus secretários, preferiu denegrir a obra e seus autores.
Serra não se preocupou em esclarecer a situação, foi mais fácil jogar a culpa sobre os quadrinistas do que assumir os erros de um técnico na área de educação que não conhece quadrinhos. O exemplares do livro foram distribuídos em 2002. Ao todo, 1216 exemplares chegaram às mãos de alunos do terceiro ano do ensino fundamental. A obra é uma reunião de 11 histórias em quadrinhos com o futebol como tema e prefaciado pelo ex-jogador Tostão. Publicado pela Via Lettera, o livro possui palavrões e alguma conotação sexual. Ou seja, a temática é adulta e o álbum não é indicado para crianças.
Era mais cômodo para o Governador colocar a culpa na publicação, ao invés de disparar a sua metralhadora contra o seu próprio governo. Na primeira oportunidade que teve, em entrevista ao programa SPTV, da Rede Globo, José Serra disse que achou o livro de "muito mau gosto" e que os responsáveis pelo encaminhamento do livro às escolas seriam punidos. Com autores como Caco Galhardo, Allan Sieber, Spacca, Fabio Zimbres, Lelis e os vencedores do Jabuti Fábio Moon e Gabriel Bá, o livro foi organizado pelo ilustrador Orlando, que, em comentário no Blog dos Quadrinhos, do jornalista Paulo Ramos, diz: "O '10 na área' é um álbum para adultos um pouco antes da copa de 2002. Todos os artistas tiveram absoluta liberdade de expressão, pautando e desenvolvendo suas histórias como bem entendessem e, a meu ver, nenhum deles decepcionou. Podemos discutir critérios de escolha nas compras do governo. No meu modo de ver houve um engano. Não deveriam ocorrer, mas acontecem. Há um erro grave no governador dizer que a obra é de mau gosto, quando deveria dizer que é inadequada para crianças de nove anos. Isso faz diferença enorme na conceituação da coisa. Uma pena".
Na ocasião, a Associação dos Cartunistas do Brasil manifestou repúdio à forma como a imprensa tratou o livro: "O que vemos é uma crucificação de um trabalho sério de artistas e da editora, muito bem conceituados e que podem ser sim distribuídos em universidades para o estudo do mundo do futebol e sua influência na cultura popular".Em artigo publicado no site Universo HQ, o jornalista Eduardo Nasi escreveu: "O problema não é o álbum. Óbvio que não. O problema, claro, é que alguma besta do governo indicou o livro para compra... Para se proteger, Serra jogou a culpa no lado mais fraco: a HQ. É uma atitude covarde. Mas recorrente em políticos acuados pelas barbaridades que fazem".
Na mídia, o que se viu foi um show de desinformação, principalmente na Rede Globo e na sacro santa Rede Record. Falou-se que "se tratava de uma apostila, que os autores eram depravados sexuais preocupados em perverter crianças". A maioria dos jornalistas não se deu ao trabalho de pesquisar do que se tratava.
No SPTV, a jornalista que entrevistava José Serra não perguntou a opinião dele sobre a qualidade do material nem pediu a ele uma análise estética, mas o governador fez questão de dizer: “Achei a obra um horror… tudo de muito mau gosto… o desenho, tudo”. O que provocou polêmica não foram os palavrões ou as cenas eróticas - que se resumem a um quadro no qual aparece uma mulher de lingerie, tipo as dançarinas do Faustão. O que provocou polêmica foi o fato de ser quadrinhos.

8 de outubro de 2010

Cartaz de Manara para a RioComicon

Saiu o cartaz oficial da RioComicon. Muito bem, o cartaz é um desenho de Milo Manara, talvez a maior atraçõ deste evento. Muito bom, porque um cartaz de Manara significa que vai ter uma mulher seminua e gostosa. E é exatamente o que você está vendo aí do lado. Brincadeiras à parte. O cartaz desehado por Manara é o primeiro indício de que a RioComicon será o maior evento de quadrinhos já realizado no Brasil. Rivaliza com o Troféu HQMix, a mais importante premiação do mercado editorial de quadrinhos do Brasil, e também um dos eventos de maior tradição.
Como você pode ver aí do lado o evento começa no dia 9 de novembro e termina no dia 14. E está sendo vendido internacionalmente como o "Festival Internacional de Quadrinhos do Rio". Os amantes de quadrinhos de todo o mundo tem encontro marcado então na Estação Leopoldina, Avenida Francisco Bicalho, s/nº, na cidade do Rio de Janeiro. O site já está em funcionamento: www.riocomicon.com.br.
Divirta-se.

7 de outubro de 2010

Fim de festa e até o próximo Troféu HQMix

A 22ª edição do Troféu HQMix, aconteceu ontem, no Sesc Pompéia, na cidade de São Paulo. A entrega de prêmios foi apresentada, como sempre, pelo global Serginho Groisman. No sábado, segundo o blogo do HQMix, uma reportagem vai ser exibida no programa Altas Horas.
Melhor que comentar, ver e chorar com as imagensa da entrega de prêmios, é ver tudo pelo You Tube. Entre agora mesmo no blogo do Troféu HQMix e assista aos melhores momentos, tem, mais ou menos, uns 15 vídeos postados lá. Não é a mesma coisa que estar lá, mas já ajuda bastente. Clique aqui e seja feliz!
E até 2011.

6 de outubro de 2010

De Crumb a Dahmer, o melhor do 22º Troféu HQMix

Ok, eu não vou conseguir falar separadamente de todas os premiados da 22ª edição do Troféu HQMix. Até porque o prêmio será entregue hoje (6) e tem muita coisa boa para ser detalhada. Infelizmente eu tenho espaço, mas não tenho tempo.
Então resolvi separar algumas premiações que eu particularmente acho muito especiais. Coisas que eu já li, que eu tenho na minha estante, e coisas que eu já falei, de uma forma ou de outra aqui no mucufo.
O prêmio para Melhor Edição Especial Estrangeira, que foi entregue a Robert Crumb de forma antecipada, quando o mestre esteve aqui no Brasil no primeiro semestre, vai para a obra Gênesis, publicada pela Conrad. Dá uma olhada aqui e também aqui, e vai ver todos os detalhes que publiquei na época sobre a obra. As minhas aventuras pelo Gênesis de Crumb renderam, inclusive, uma capa do caderno de cultura do jornal O Diário, de Campos dos Goytacazes, na época em que eu ainda editava cultura nesse jornal.
Outro petardo que não poderia passar sem ganhar um prêmio foi o MSP + 50 - Maurício de Sousa por 50 Artistas, de Maurício de Souza, e publicado pela Panini. A edição não ganhou um prêmio, mas três, e foi a maior vencedora esta 22ª edição: Edição Especial Nacional; Projeto Editorial e Publicação Mix. Quem tem uma conta no Twitter e segue o editor Sidney Gusman, um dos responsáveis pelo álbum, acompanhou também, passo a passo, toda a movimentação, desde a escolha dos desenhistas até esboços e a apresentação das primeiras páginas.
A Homenagem Especial desta edição vai para o estúdio Art & Comics, de Hélcio de Carvalho e Joe Prado. É fantástico lembrar das revistas da Marvel, e da DC Comics, mas principalmente as revistas da Marvel, publicadas pela editora Abril, em formatinho, e ver nos rodapés as notas de Hélcio e JP. O que seria de minha educação sem os esclarecimentos dessas duas criaturas.
Outro prêmio que merece atenção especial é o de Publicação de Clássico, que ficou com Peanuts Completo: 1950 a 1952 - Charles M. Schulz, L&PM. Material indispensável para quem curtia as tirinhas no Jornal do Brasil e que sempre acompanhou os desenhos no SBT, isso definitivamente não pode faltar na sua estante. Se tiver uma oportunidade compre.
E finalmente destaco o prêmio para a Melhor Tira Nacional, que foi para Malvados, de André Dahmer, publicado pela Desiderata. A prova cabal de que nem sempre é preciso ser um Da Vinci para estar nesse ramo, e que um pouco de cérebro, sarcasmo e bom humor - ou mau humor -, também podem fazer a diferença.
O Troféu HQMix é a principal premiação do mercado brasileiro de quadrinhos, e é organizada pela Associação dos Cartunistas do Brasil e o Instituto Memorial de Artes Gráficas do Brasil.
A cada ano o troféu homenageia um personagem nacional. Desta vez, o escolhido foi o Astronauta, de Mauricio de Sousa (que completou 50 anos de carreira em 2009), esculpido pelo artista plástico Olintho Tahara.
A festa de entrega do 22º Troféu HQ Mix acontece hoje (6 de outubro), às 20 horas, no Teatro SESC Pompeia (Rua Clélia, 93 - Lapa), em São Paulo. A apresentação será de Serginho Groisman e da Banda do programa Altas Horas. Haverá ainda participações especiais do Comédia Canibal, com Rogério Vilela e Rudy Landucci. A entrada gratuita, mas é preciso retirar convite na portaria uma hora antes do evento. Mais informações podem ser encontradas no site do HQ Mix, ou melhor ainda, no blogo do HQMix que fica nesse endereço aqui. Infelizmente, não poderei estar lá, mas tudo bem, eu tento de novo em 2011.

na foto: Robert Crumb e o "malvado" André Dahmer

5 de outubro de 2010

Melhor cartunista, chargista e caricaturista no HQMix

E segue a trilha com os premiados do 22º Troféu HQMix. O Melhor Caricaturista do ano foi Fernandes, e tam uma arte dele logo abaixo para você poder conferir o trabalha da fera. Logo depois, o Melhor Cartunista de 2009. O premiado foi o Airon, e também tem um trabalho do moço para você conferir. E finalmente o Chargista do ano. O 22º Troféu HQ Mix vai para Angeli. Tem um trabalho logo abaixo, mas esse, sinceramente, nem precisa de apresentações. Os trabalhos aí embaixo estão nessa ordem: Fernandes, Airon e Angeli. Para não ter dúvidas.



O melhor articulista de quadrinhos de 2009

Sérgio Codespoti, do Universo HQ, foi um dos premiados na 22ª edição do Troféu HQMix. O moço vai estar amanhã (ou hoje?) no Sesc Pompeia para receber o prêmio de Melhor Articulista de 2009.
O artigo que garantiu o prêmio para Codespoti foi "A importância da linha clara e do estilo atômico" e pode ser encontrado exatamente aqui!
Segue logo abaixo a introdução do artigo retirada do Universo HQ, site onde o artigo foi publicado originalmente.

A evolução das HQs franco-belgas passa pela saudável rivalidade entre Hergé (Tintim) e Jijé e Franquin (Spirou). Ou seja, entre a Escola de Bruxelas e a Escola de Marcinelle. É este núcleo de artistas que influenciou uma grande parte da Europa, indo da Espanha aos Países Baixos, por mais de 50 anos, transformando tanto a linha clara quanto o estilo atômico numa estética mundial, um reflexo da sociedade globalizada.

4 de outubro de 2010

Los 3 Amigos premiado no Troféu HQMix

Mais um premiado do Troféu HQMix ganha espaço no mucufo. Quem levou o prêmio de Adaptação Para Outro Veículo na 22ª edição do prêmio foi o curta-metragem de animação Los 3 Amigos. A avant premiére, aconteceu no dia 16 de maio desse ano. O curta-metragem de animação foi dirigido por Daniel Messias e sua equipe.
Os personagens de Los Três Amigos surgiram das mãos de Laerte, Angeli e Glauco, baseados nos próprios criadores, e posteriormente ganharam a companhia de Adão. Participaram de revistas como a antológica Chiclete com Banana e tiveram edições especiais.
Assista aqui o making of da Avant Premiére de Los 3 Amigos.

Lista do 22º HQ Mix e um pouco de Jubiabá

Na semana passada o Troféu HQMix divulgou a lista dos melhores do mercado de quadrinhos em 2009. A 22ª edição do prêmio acontecerá no próximo dia 6 de outubro às 20h no Teatro Sesc Pompeia, em São Paulo. Até o dia da entrega do prêmio, vou postar aqui um pouco sobre cada obra ou artista premiado.
Para começar, pela mesma ordem publicada no site oficial do Troféu HQMix, a adaptação para os quadrinhos de Jubiabá. Segue logo abaixo, a lista completa com os premiados desta edição.

Adaptação para os quadrinhos: Jubiabá - Spacca, Quadrinhos na CIA
O projeto é uma daptação para os quadrinhos da obra Jubiabá de Jorge Amado (1912-2001).
São 80 páginas de HQ, coloridas, com roteiro e desenhos de Spacca. Jubiabá" foi escrito em 1934 e foi o primeiro best-seller do escritor baiano. Jubiabá conta a história de Antonio Balduíno, o Baldo, negro boxeador, malandro e capoeirista, que vive uma série de aventuras desde o morro em que nasceu, passando pela casa de um rico comendador, depois vivendo na rua com uma gangue de adolescentes, depois boxeador, vagabundo, artista de circo... até tornar-se estivador e participar de uma greve no cais. Jubiabá é o pai-de-santo mentor de Balduíno. Jubiabá, juntamente com outros títulos de Will Eisner e Craig Thompson, inaugurou o selo Quadrinhos na Cia, setor da Companhia das Letras especializado em HQ. 

| Adaptação para outro veículo .................. Los Três Amigos - Daniel Messias, Estúdio Iéio 
| Articulista ......................................... Sérgio Codespoti - UniversoHQ
| Caricaturista ............................................ Fernandes
| Cartunista ........................................................ Airon 
| Chargista ................................................... Angeli
| Desenhista Estrangeiro ............................. Craig Thompson - Retalhos, Quadrinhos na Cia
| Desenhista Nacional ................. Marcelo Quintanilha - Sábado dos Meus Amores, Conrad
| Desenhista Revelação ............................ Gustavo Duarte
| Destaque Internacional ................................ Ivan Reis
| Edição Especial Estrangeira .................. Gênesis - Robert Crumb, Conrad
| Edição Especial Nacional ................ MSP50 – Maurício de Sousa por 50 Artistas - Maurício de Souza, Panini
| Editora do Ano .......................................... Cia. das Letras
| Evento ....... 6º Festival Internacional de Quadrinhos de BH - Prefeitura de Belo Horizonte e Casa 21.
| Exposição ................................................. Batman 70 anos - Ivan Freitas da Costa
| Grande Contribuição ................. ProAc –Programa de Ação Cultural do governo de SP- quadrinhos
| Grande Mestre ........................................................................... Laerte
| Homenagem Especial ....................... Art & Comics - Hélcio de Carvalho e Joe Prado
| Homenagem Especial ............ Maria Ivete Araújo (Zetti) – 30 anos no Salão Int. de Humor de Piracicaba 
| Ilustrador Nacional ............................................................................. Samuel Casal
| Livro Teórico ................................. Leitura dos Quadrinhos - Paulo Ramos, Editora Contexto
| Mídia sobre Quadrinhos ............................................. UniversoHQ - Sidney Gusman e equipe
| Projeto Editorial .......... MSP50 – Maurício de Sousa por 50 Artistas - Maurício de Souza, Panini
| Publicação de Aventura/Terror/Ficção ....... J. Kendall – As Aventuras de uma Criminóloga - Mythos
| Publicação de Caricaturas ............ 50 Razões para Rir - Toni D'Agostinho, Editora Noovha América
| Publicação de Cartuns ..................................................... Sem Palavras - Samuca, independente
| Publicação de Charges .......................................... Salão de Humor da Anistia, Senado Federal
| Publicação de Clássico .............. Peanuts Completo: 1950 a 1952 - Charles M. Schulz, L&PM
| Publicação de Humor ....................... É Tudo Mais ou Menos Verdade – Jornalismo investigativo, tendencioso e ficcional - Allan Sieber, Desiderata
| Publicação de Tiras ...... Níquel Náusea – Um Tigre, Dois Tigres, Três Tigres - Fernando Gonsales, Devir
| Publicação Erótica .......................................................... Verão Índio - Milo Manara, Conrad
| Publicação Independente de Autor ............. Nanquim Descartável - Daniel Esteves, Quarto Mundo
| Publicação Independente de Grupo ..... Café Espacial - Sergio Chaves e Lídia Basoli, Quarto Mundo
| Publicação Independente Edição Única (one-shot) ......... Có! - Gustavo Duarte, independente
| Publicação Infantil/Juvenil ................... Turma da Mônica Jovem - Maurício de Sousa, Panini
| Publicação Mix ......... MSP50 – Maurício de Sousa por 50 Artistas - Maurício de Sousa, Panini
| Roteirista Estrangeiro ............ Chris Ware -Jimmy Corrigan, o Menino mais Esperto do Mundo, Quadrinhos na CIA
| Roteirista Nacional ................................... André Diniz - 7 Vidas, Conrad, Ato 5, independente
| Roteirista Revelação ..................................... Alex Mir - Tempestade Cerebral, Quarto Mundo,
| Salão e Festival ........................................... Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro
| Tira Nacional .................................................................. Malvados - André Dahmer, Desiderata
| Tese de Mestrado ......... Mariana Vaitiekunas Pizarro - Histórias em quadrinhos e o ensino de ciências nas séries iniciais: estabelecendo relações para o ensino de conteúdos curriculares procedimentais,
| Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ......... Adriano Di Benedetto - As Histórias em quadrinhos e o cinema: as artes irmãs
| Web Quadrinhos ............................................... Dínamite & Raio Laser - Samuel Fonseca

3 de outubro de 2010

Rio Comicon, enfim uma Comic Con só pra você

Dez entre dez quadrinistas sem dinheiro, sem prestígio, e com um inglês tosco desejam estar na San Diego Comic Con. Ok, isso não é impossível, mas é muito difícil. Então qual seria a possibilidade de, não mais que de repente, uma Comic Con cair no seu colo? Pois esse dia chegou. Já tem data, hora e local marcados. Se você é quadrinista, ilustrador, colecionador, jornalista especializado, ou simplesmente amante da Nona Arte, o seu lugar de 9 a 14 de novembro é na Rio Comicon. Pois é, já que você não tem a menor chance de chegar a San Diego, vai ganhar uma Comicon só pra você e no Rio de Janeiro! Como diria o valoroso prefeito do Rio, Eduardo Paes, mais uma "chinelada na paulistada" (Me perdoem, eu estava querendo usar isso em algum lugar...).
Mas engana-se quem acha que a Rio Comicon será como a festa de mulheres seminuas, e palhaços fantasiados dos EUA. Nada de cosplays ou gente vestida de Avatar ou Naruto - ainda que as americanas fiquem bem gostosas usabdo aquelas roupas da Mulher-Maravilha. Realizada pela Editora Casa 21, a Rio Comicon será um evento diferente. Roberto Ribeiro, diretor da Casa 21, afirma que o Rio Comicon terá foco cultural e educativo de divulgação dos quadrinhos para o grande público.
Ok, será um evento para quem realmente conhece e gosta de quadrinhos de dentro para fora, ou seja, os nerds que babam pelo Homem-Aranha, ou sonham com os colantes dos X-Men podem ficar meio perdidos.
A programação já foi confirmada. Debates, palestras, encontros e muita gente realmente boa nos quadrinhos, principalmente nos quadrinhos autorais estará presente. O que há de melhor no quadrinho nacional também estrá por lá.
Portanto, quadrinistas do Norte Fluminense, preparem a passagem, o buzão para o Rio e curta o feriado ouvindo, vendo e lendo o que você sempre quis, mas nunca teve dinheiro e inglês suficiente para ter.
Se você não tem twitter e não tem Facebook, amanhã - se as eleições, minha mulher e meu filho deixarem - eu arrumo a programação e coloco completa aqui no Mucufo. Mas não estou prometendo, por isso não adianta cobrar depois.
Mas se você tem twitter, e tem facebook é só buscar Riocomicon que vai conseguir encontrar o perfil do maior encontro de quadrinistas de todos os tempos no Brasil

1 de outubro de 2010

Tarzan dos macacos

Sabe aquele Tarzan das antigas? Aquele desenho que passava no SBT? Pois é, aquele desenho - Tarzan, Lord of the Jungle - foi inspirado nas tirinhas que foram publicadas durante muitos anos nas páginas de O Globinho, suplemento infantil do Jornal O Globo.
Nada contra a reinvenção da Disney, que trouxe o herói para os nossos dias e popularizou a versão entre as crianças e adolescentes de hoje, mas a elegância do Tarzan retratado em Lord of the Jungle, vai ser difícil alguém copiar.
Tarzan, Lord of the Jungle foi produzido pelos estúdios Filmation entre 1976 e 1982, e é a mais fiel à obra de Edgar Rice Burroughs, o criador do Homem Macaco. O macaquinho N'kima, por exemplo, é oriundo do texto original de Burroughs, e não a macaca Cheetah, que só existia nos cinemas.
Entre os desenhistas que se destacaram nas tirinhas de Tarzan, e que foram publicadas em O Globinho, estão Harold Foster, Russ Manning e Burne Hogarth.
Se quiser matar as saudades do bom e velho Tarzan o desenho ainda é exibido aos sábados no SBT, e não me pergunte como ele conseguia no meio da selava manter aquele corte de cabelo estilo Superman.