21 de outubro de 2010

Vida de Quadrinista - Parte 4

Como tentei explicar nas últimas postagens, minha vida de quadrinista na intrépida e formosa planície Goytacá nunca foi fácil. A cidade não tem muita culpa, embora nunca tenha ajudado muita coisa. Mas quando eu achava que o Herói era o personagem de tirinhas mais famoso dos jornais de Campos, descobri que o que estava fazendo sucesso mesmo era o Homem-Panela. Uma bobagem criada em uma manhã onde eu precisa entregar a tirinha para o editor em dez minutos e ainda não sabia o que ia escrever ou desenhar.
Me lembrei de que o jornal concorrente estava realizando uma promoção, uma espécie de show de prêmios, do tipo que coloca um cupom na capa, você recorta, junta um monte de papéis picados e troca pelos prêmios que o jornal promete. E é aí, que entra a parte legal da coisa. O jornal prometia: fogão, geladeira, móveis e outros utensílios domésticos. E toda a semana um ganhador aparecia com os prêmios na primeira página. O problema é que todos, absolutamente todos, ganhavam panelas! Era como se eles tivessem um estoque de panelas de pressão e não soubessem como iam se livrar delas.
E então, num estalo desenhei o Homem-Panela, fiz a tirinha e publiquei. Imaginei que ninguém ia sacar, mas os únicos que não sacaram foram os habitantes da redação onde eu trabalhava, porque na redação do concorrente não se falava em outra coisa.
Não demorou para que os repórteres e editores do outro jornal - onde eu trabalhei e por acaso o editor chefe recusou minha proposta de desenhar tirinhas para o jornal - começassem a me chamar de Homem-Panela nas ruas. Um deles me confidenciou que o personagem fez sucesso por lá e que só mesmo os donos do jornal não gostaram. Era o que eu precisava ouvir para estender a série do Homem-Panela por mais uns dois ou três meses, até que a promoção acabou e o Homem-Panela perdeu o sentido... bom depois disso... acho que desenhei mais algumas coisas... e acho que termino essa curta história na próxima postagem.

3 comentários :

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Veja uma coisa, amado, mucufo, pensa nisso. Por que voc~es podem fazer o que quiser, mas os que vão contra vocês são desmoralizados?

Cassio Peixoto disse...

E você está falando de quê? Quadrinhos? Política? Religião? "Vocês podem fazer o que quiser" vocês quem? De quem ou do que você está falando?

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Amado, mucufo, eu concordo com esta pedagoga. E se você quiser me xingar fique á vontade. É um direito seu. Como meu é o direito de achar de mau gosto esse quadrinho específico. O problema não é o quadrinho, é a mensagem grotesca.
Isso está caindo de moda. Muda o tema e teime na mudança.
Você é um excelente artista, mas isso não quer dizer que nós temos que achar bom o que na verdade, não é.

Você tem o direito de fazer e nós temos mo direito de criticar.

Não da forma como vocês criticam os religiosos. E nem vamos xingá-los por isso.

Veja bem, o desenho é "adulto" mas a postura ante a crítica é criança birrenta.

Desculpa aí, mas se você tem a ousadia de fazer o que quiser e ainda achar ruim nossa crítica, temos, mais ainda, o direito de advertir para uma sacação melhor, ok?

Xinga não, pô! Calma...