15 de novembro de 2012

A surpresa que veio do espaço

Acompanho com certa ansiedade o nascimento do selo Graphic MSP, desde que o editor da Maurício de Souza ProduçõesSidney Gusman o anunciou. Tenho os três volumes do MSP50 e algumas histórias dessas edições nos davam a sensação de que não poderiam ser tão curtas. Pois bem, é chegada a hora de ver o quanto valeu a pena a espera: Astronauta - Magnetar é pó pontapé inicial de uma série de Graphic Novels que eu, sinceramente, espero que dure mais que quatro edições.
Bom, enquanto as outras três edições já programadas ainda não chegam às bancas e livrarias, a gente fica com a primeira edição. Danilo Beyruth, autor de Necronauta e da premiada Bando de Dois foi o responsável pelo roteiro e desenhos e pela adaptação do personagem Astronauta para os quadrinhos adultos. Não poderiam ter encontrado um autor melhor. O bom e velho Astronauta de Maurício de Souza ganhou uma adaptação à altura. Todos os elementos que Maurício criou para o personagem estão lá. Até mesmo a cor laranja, predominante nas histórias e roupas do personagem está presente.
O Astronauta, como não poderia deixar de ser, é um herói espacial. Pois bem, se quando você ouve a palavra espaço a primeira cor que vem à sua cabeça é o negro absoluto, isso não acontece com o Astronauta. Seu habitat natural é o espaço, sim, mas nunca negro, nunca escuro. As suas histórias sempre foram coloridas, claras, brancas, repletas de estrelas e às vezes ensolaradas. O Astronauta sempre se notabilizou por ser um explorador, um navegador e Beyruth sempre soube disso. Isso está presente também nessa adaptação que tem ainda a maravilhosa colorização da Cris Peter.
Quase toda a história se passa dentro de uma nave, exatamente igual a criada por Mauricio de Souza em 1963. Embora a história trate da solidão e seja uma história espacial, o negro e o vazio do espaço não predominam. E isso é incrível. É um mergulho dentro da mente do Astronauta e nas suas viagens - e pode apostar que essa frase tem um duplo sentido.
Magnetar é também uma aula de física. O autor já disse em algumas entrevistas que o tal magnetar foi sugerido por um físico e a história conta a origem do fenômeno detalhadamente. Se tudo isso ainda não for o suficiente para você correr para a banca e comprar a sua, saiba que Beyruth ainda fez algumas homenagens a personagens da Turma da Mônica que estão espalhadas pela edição, além de homenagear também alguns ícones nerds.
O único “porém” fica por conta da distribuição nas bancas. Embora ela tenha sido bem ligeira nas capitais, no interior demorou umas duas semanas para chegar desde o lançamento. Nem todas as bancas receberam o material logo de cara. Aqui na nossa valorosa Planície Goytacá então... bom, melhor nem entrar nesse assunto.
O que importa mesmo é que os Graphics MSP começaram com o pé direito. Quando o Sidney Gusman lançou a idéia dos primeiros projetos da MSP50, lá atrás, a gente sabia que a coisa seria bem legal, mas não imaginava o quanto. Está aí.
Se você não gosta mais do gênero de super-heróis, está de saco cheio com tudo o que anda sendo produzido sobre quadrinhos de super-heróis, não aguenta mais Lanternas coloridas, reencarnações da Fênix e outras coisas gringas, vale a apena comprar Astronauta-Magnetar e descobrir que a nona arte no Brasil vai bem, obrigado!


1 comentários :

Anônimo disse...

É bom olhar pro noso próprio "umbigo" de vez em qndo e encontrar coisas belas como essa.