Bom, enquanto as outras três edições já programadas ainda não chegam às bancas e livrarias, a gente fica com a primeira edição. Danilo Beyruth, autor de Necronauta e da premiada Bando de Dois foi o responsável pelo roteiro e desenhos e pela adaptação do personagem Astronauta para os quadrinhos adultos. Não poderiam ter encontrado um autor melhor. O bom e velho Astronauta de Maurício de Souza ganhou uma adaptação à altura. Todos os elementos que Maurício criou para o personagem estão lá. Até mesmo a cor laranja, predominante nas histórias e roupas do personagem está presente.
O Astronauta, como não poderia deixar de ser, é um herói espacial. Pois bem, se quando você ouve a palavra espaço a primeira cor que vem à sua cabeça é o negro absoluto, isso não acontece com o Astronauta. Seu habitat natural é o espaço, sim, mas nunca negro, nunca escuro. As suas histórias sempre foram coloridas, claras, brancas, repletas de estrelas e às vezes ensolaradas. O Astronauta sempre se notabilizou por ser um explorador, um navegador e Beyruth sempre soube disso. Isso está presente também nessa adaptação que tem ainda a maravilhosa colorização da Cris Peter.
Quase toda a história se passa dentro de uma nave, exatamente igual a criada por Mauricio de Souza em 1963. Embora a história trate da solidão e seja uma história espacial, o negro e o vazio do espaço não predominam. E isso é incrível. É um mergulho dentro da mente do Astronauta e nas suas viagens - e pode apostar que essa frase tem um duplo sentido.
Magnetar é também uma aula de física. O autor já disse em algumas entrevistas que o tal magnetar foi sugerido por um físico e a história conta a origem do fenômeno detalhadamente. Se tudo isso ainda não for o suficiente para você correr para a banca e comprar a sua, saiba que Beyruth ainda fez algumas homenagens a personagens da Turma da Mônica que estão espalhadas pela edição, além de homenagear também alguns ícones nerds.
O único “porém” fica por conta da distribuição nas bancas. Embora ela tenha sido bem ligeira nas capitais, no interior demorou umas duas semanas para chegar desde o lançamento. Nem todas as bancas receberam o material logo de cara. Aqui na nossa valorosa Planície Goytacá então... bom, melhor nem entrar nesse assunto.
O que importa mesmo é que os Graphics MSP começaram com o pé direito. Quando o Sidney Gusman lançou a idéia dos primeiros projetos da MSP50, lá atrás, a gente sabia que a coisa seria bem legal, mas não imaginava o quanto. Está aí.
1 comentários :
É bom olhar pro noso próprio "umbigo" de vez em qndo e encontrar coisas belas como essa.
Postar um comentário