10 de junho de 2011

Liga da Justiça # 55 (formatinho)

Esta resenha foi originalmente publicada no site Universo HQ

Sinopse 
Raposa de unhas negras - A irmãs Vivian e Constance, que dividem as empresas da família e o manto da Raposa Escarlate, se envolvem com uma seita que destrói indústrias e comandam vermes gigantes. Membro da Liga da Justiça Europa, a heroína envolve todo o grupo no processo.
Comida de vermes - Investigando o desaparecimento de uma das Raposas Escarlates e a destruição de várias indústrias, a Liga da Justiça Europa entra em rota de colisão com os vermes gigantes assassinos.

Nos anos 90, as revistas da Liga da Justiça Internacional vendiam como água e a Abril aproveitou essa boa fase do maior grupo de heróis da DC Comics.
Boa parte desse sucesso se deve aos roteiros de Keith Giffen, J.M. DeMatteis e os desenhos de Kevin Maguire, ainda na fase inicial da série. Não demorou, porém, para que a fórmula perdesse o encanto.
A fase cômica da Liga da Justiça arrebanhou novos leitores, colocou em evidência heróis secundários e terminou com a megassaga Zero Hora. Não por coincidência, em se tratando de DC Comics, ela havia começado após outro evento cataclísmico: Lendas.
O fôlego da Liga da Justiça Internacional começou a diminuir quando a revista chegou à 50ª edição e a Abril, alegando contenção de despesas, diminuiu o número de páginas, abaixou o preço e preparou o leitor para uma nova fase.
Talvez as mudanças expliquem por que a edição # 55 chegou às bancas com uma capa tão ruim, assinada por Donizete Amorim. A ilustração trazia os integrantes da Liga Europa, sobre um fundo amarelo. O desenho, razoável, não lembrava em nada as artes de Bart Sears para a série. Isso sem contar a diagramação estranha e feia.
O desleixo da capa ficou mais evidente com o anúncio "2 cards grátis!". Como se quisesse justificar a diminuição no número de páginas e a ilustração desastrosa, a editora pendurou na edição dois cards em uma embalagem plástica, colados com um pedaço de fita adesiva.
As marcas certamente ainda estão visíveis nas revistas de dez entre dez colecionadores. O desmazelo com a capa, porém, rivalizava com o bom acabamento das histórias da edição. 
Liga da Justiça # 55 dava continuidade à saga da Raposa Escarlate, uma das integrantes da Liga Europa. A sedutora heroína e empresária tinha uma irmã gêmea. As duas dividiam o tempo entre as companhias que dirigiam e o combate ao crime. Elas usavam a mesma máscara da Raposa Escarlate, trocavam segredos e rivalidades e acabaram envolvidas por um vilão, líder de uma seita que cultuava vermes gigantes e assassinos. Coisa comum no dia a dia da Liga da Justiça de Keith Giffen.
No entanto, uma das Raposas acaba falecendo na mão do vilão e toda a Liga Europa se envolve na tentativa de detê-lo. Os desenhos de Bart Sears, apesar de um pouco exagerados nos músculos e expressões faciais, valorizava alguns personagens, principalmente os femininos.
O roteiro bem amarrado e, sobretudo, cheio de humor de Keith Giffen e Gerard Jones ainda tem espaço para disputas empresariais, brigas de família, piadas infames, trocadilhos e os vermes assassinos.
Os diálogos, outro ponto forte dessa fase da Liga da Justiça, também ajudam a valorizar a edição. Pena que a Abril não conseguiu aproveitar tudo isso e espantou metade dos leitores com uma capa horrenda e um tratamento de segunda linha para uma série de tanto sucesso.

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