12 de janeiro de 2008

Trio Elétrico dos Infernos


Quem tem medo do trio elétrico? Eu não sei quem inventou o trio elétrico nas praias de campos e da região, mas quem quer que tenha sido o “biduzão” que teve essa idéia maravilhosa ganhou alguma coisa com isso. O trio elétrico é uma idéia importada, e importada da Bahia, a terra das franquias musicais. Tudo que nasceu na Bahia desde o final da década de 80 até hoje, se transformou em franquia e foi exportado para outras cidades. E as outras cidades abdicaram de sua própria cultura para abraçar uma cultura que só funciona no seu local de origem.
Em Campos, mais precisamente na praia do Farol, essa cultura de trio elétrico não da certo. As pessoas têm a falsa impressão de que isso funciona, mas estão erradas. O trio elétrico é mais barato, pois não se gasta com estrutura de palco. O palco é móvel. Não se gasta com aparelhagens de som, pois está tudo acoplado em um caminhão. Ou seja, é teoricamente mais barato. Mas por que sai mais caro do que se um palco e uma equipe de som fossem contratados? Por que no decorrer dos anos montou-se uma indústria de trios elétricos. Os trios são cada vez mais modernos e mais barulhentos arrastam uma multidão que não sabem quem está cantando e nem por que estão dançando.
Diferente da Bahia onde o trio elétrico se transformou. Desde as “fubecas” de Armandinho, Dodô e Osmar até os trios que existem hoje. A aglomeração foi tamanha ao redor dos pequenos carros de som que eles cresceram e se multiplicaram. Cada esquina tinha sua “fubeca” e depois o seu trio. Cada bloco arrumou o seu trio e isso se tornou uma tradição. Como os bois pintadinhos em Campos. Cada bairro tinha o seu.
Campos e outras cidades adotaram o trio e o Carnaval baiano. Jogou no lixo sua identidade carnavalesca e passou a adotar o “arerê arerê”. Bastava falar com sotaque baiano que estava contratado.
Hoje o verão no Farol é isso aí! È como Coca-Cola! Uma pressão que não leva a nada. Um punhado de bandas insípidas que nasceram para brilhar no verão e viverem atrás de esmolas durante o resto do ano. Sem identidade e sem musicalidade a safra de músicos (músicos?) de axé é a mais tortuosa possível. Tal qual os músicos baianos, que com a exceção de Gil, Caetano e uns poucos afortunados, não cantam coisa alguma, os músicos de Campos se espelham nas “Ivetes” da vida, que não têm vida longa já que não possuem identidade musical alguma é um produto fabricado, um produto comercial bem feito e que não se importa com a música mas sim com o marketing.
Campos no verão é assim: uma sucursal da Bahia, mas uma sucursal bem fraquinha, por que quem quer que tenha vendido a franquia baiana para o verão de Farol de São Tomé esqueceu de mandar alguns apetrechos como talento e vergonha na cara, por que rebolar em cima de um trio e cantar “arerê arerê” não “dá camisa a ninguém”.

1 comentários :

Anônimo disse...

´Não te conheço,mas com certeza vc é um(a) imbessil!
Me conte onde vc mora que te direi se a cultura e tradição do seu estado são melhores e se os músicoa mais talentosos do que os nossos aqui na Bahia.
Procure atualizar-se antes de sair falando besteira.