17 de dezembro de 2012

O Hobbit ou E assim começa mais uma trilogia


Como não poderia deixar de acontecer, realizei a minha jornada inesperada até o Cine Araújo, em Campos, e fui ver O Hobbit. Como ainda não li a obra inteira, (baixei o livro e ainda não terminei a leitura) fui sem saber o que esperar, ou até onde o filme poderia ir. Me surpreendi com algumas coisas, e me decepcionei com outras, mas no saldo geral, foi tudo muito bom.
Não vou falar dos problemas do Cine Araújo e de como a empresa está tratando os seus clientes desde que perdeu a concorrência em Campos. O que parece que não vai durar muito tempo. Tudo o que aconteceu antes, durante e depois da exibição merece uma postagem à parte.
Bom, vamos falar do filme. O Hobbit é o prelúdio da trilogia O Senhor dos Anéis. A história é centrada na figura de Bilbo, o Bolseiro que parte em uma jornada com um grupo de anões em busca de uma montanha sagrada. Ele vai ajudar os anões a retomarem o seu reino que foi tomado por um dragão. Quase todos os personagens de O Senhor do Anéis estão por lá. Você vai encontrar quase todos. Alguns já aparecem de forma sutil e outros participam mais ativamente da trama.
Quando foi filmado, lá em 2001, O Senhor dos Anéis era uma aposta. Poderia dar certo, ou não. Mas deu. E deu muito certo. O que eles querem agora com O Hobbit, é repetir o mesmo sucesso. O que pode acontecer, ou não.
O carisma dos personagens de J.R.R. Tolkien é inquestionável. Impossível não gostar da maioria deles. Todos são interpretados de forma magistral por quase todos os atores do longa. A força da marca é indiscutível e o cuidado com que O Hobbit foi produzido é incrível. Quase nada depõe contra o filme. Quase nada...
Pois é, a impressão que se tem ao sair da sala de cinema é de que o filme poderia realmente ter acabado ali mesmo. Todas as cenas de ação são muito envolventes e emocionantes, embora o resultado seja sempre muito previsível, mesmo para quem nunca leu a obra.
Não é muito difícil se perder olhando as paisagens da Nova Zelândia (local onde o filme foi rodado). Muitas cenas parecem desnecessárias. Minutos preciosos que se perdem quando tomadas da paisagem, da floresta, da selva aparecem na telona. Coisa que poderia ser facilmente picotada. O problema é que boa parte dessas hipnóticas cenas, se deve ao fato de que o filme foi rodado em 48 quadros por segundo. A experiência acaba valorizando mesmo as cenas mais impactantes (como a batalha dos Trovões, por exemplo).
O filme é longo, tem três horas de duração e algumas cenas são fiéis ao livro. A cena do primeiro encontro de Bilbo com Gollum é exatamente igual, mas poderia ganhar uns minutinhos a menos. Assim como as cenas de batalha e os recordatórios poderiam ser um pouco menores. Picotando aqui e ali dava pra fazer a parte 1 e a parte 2 sem problemas. Aliás, se apertassem mais um pouco poderia rolar um filme só com umas três ou quatro horas.
É claro que muita coisa foi modificada, muita coisa foi adaptada. O Hobbit precisa funcionar como um prelúdio e precisa ter as deixas necessárias para que os fás de O Senhor dos Anéis identifiquem ali uma obra antecessora. Por isso, um monte de personagens, cenas e textos foram criados e adaptados.
Mas, dos males o menor: o filme é bom. Tem mais doses de humor do que os três filmes de O Senhor dos Anéis juntos. Muito alívio cômico e alguns desnecessários. Mas, vale a pena o investimento e se os produtores e o diretor Peter Jackson forem inteligentes, e eu acho que são, farão dois filmes ainda melhores que esse. Como sempre, aguardarei ansioso.


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