Como não poderia deixar de acontecer, realizei a minha
jornada inesperada até o Cine Araújo, em Campos, e fui ver O Hobbit. Como ainda
não li a obra inteira, (baixei o livro e ainda não terminei a leitura) fui sem saber o que esperar, ou até onde o
filme poderia ir. Me surpreendi com algumas coisas, e me decepcionei com
outras, mas no saldo geral, foi tudo muito bom.
Não vou falar dos problemas do Cine Araújo e de como a
empresa está tratando os seus clientes desde que perdeu a concorrência em Campos. O que
parece que não vai durar muito tempo. Tudo o que aconteceu antes, durante e
depois da exibição merece uma postagem à parte.
Bom, vamos falar do filme. O Hobbit é o prelúdio da
trilogia O Senhor dos Anéis. A história é centrada na figura de Bilbo, o
Bolseiro que parte em uma jornada com um grupo de anões em busca de uma
montanha sagrada. Ele vai ajudar os anões a retomarem o seu reino que foi tomado por um dragão. Quase todos
os personagens de O Senhor do Anéis estão por lá. Você vai encontrar quase todos.
Alguns já aparecem de forma sutil e outros participam mais ativamente da trama.
Quando foi filmado, lá em 2001, O Senhor dos Anéis era uma
aposta. Poderia dar certo, ou não. Mas deu. E deu muito certo. O que eles
querem agora com O Hobbit, é repetir o mesmo sucesso. O que pode acontecer, ou
não.
O carisma dos personagens de J.R.R. Tolkien é inquestionável.
Impossível não gostar da maioria deles. Todos são interpretados de forma
magistral por quase todos os atores do longa. A força da marca é indiscutível e
o cuidado com que O Hobbit foi produzido é incrível. Quase nada depõe contra o
filme. Quase nada...
Pois é, a impressão que se tem ao sair da sala de cinema é
de que o filme poderia realmente ter acabado ali mesmo. Todas as cenas de ação
são muito envolventes e emocionantes, embora o resultado seja sempre muito
previsível, mesmo para quem nunca leu a obra.
Não é muito difícil se perder olhando as paisagens da Nova
Zelândia (local onde o filme foi rodado). Muitas cenas parecem desnecessárias.
Minutos preciosos que se perdem quando tomadas da paisagem, da floresta, da
selva aparecem na telona. Coisa que poderia ser facilmente picotada. O problema
é que boa parte dessas hipnóticas cenas, se
deve ao fato de que o filme foi rodado em 48 quadros por segundo. A experiência
acaba valorizando mesmo as cenas mais impactantes (como a batalha dos Trovões,
por exemplo).
O filme é longo, tem três horas de duração e algumas cenas são
fiéis ao livro. A cena do primeiro encontro de Bilbo com Gollum é exatamente
igual, mas poderia ganhar uns minutinhos a menos. Assim como as cenas
de batalha e os recordatórios poderiam ser um pouco menores. Picotando aqui
e ali dava pra fazer a parte 1 e a parte 2 sem problemas. Aliás, se apertassem
mais um pouco poderia rolar um filme só com umas três ou quatro horas.
É claro que muita coisa foi modificada, muita coisa foi
adaptada. O Hobbit precisa funcionar como um prelúdio e precisa ter as deixas
necessárias para que os fás de O Senhor dos Anéis identifiquem ali uma obra
antecessora. Por isso, um monte de personagens, cenas e textos foram criados e
adaptados.
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