8 de julho de 2012

Um Homem-Aranha moderno demais

Essa é a penúltima postagem que farei sobre o novo filme do Homem-Aranha, o Espetacular Homem-Aranha. A última será amanhã, quando assistirei o filme em 3D, com pipoca e tudo mais. Já li e ouvi algumas opiniões sobre o longa e o que ouvi não foi muito animador. Estou com o péssimo pressentimento de que eu estava certo sobre esse filme, quando escrevi sobre ele, aqui no mucufo quando as gravações ainda estavam bem no início.

Infelizmente o problema desses novos filmes de heróis é que eles tentam modernizar demais o personagem. Tentam mostrar que o herói pode ser melhor do que ele já é, e que sua história tem que, obrigatoriamente, se adequar ao tempo que estamos vivendo. O velho uniforme do Homem-Aranha, um dos mais modernos, bonitos e arrojados que já vi, continua sendo atual, continua sendo bonito e moderno, mesmo tendo sido criado em 1963. Adequar e modificar um traço ou outro é normal, isso dá pra entender, mas modificar o desenho, ou a estrutura com a desculpa de que o está modernizando, é burrice.
Meu medo em relação a esse filme do Homem-Aranha é que ele caia nesse erro. O filme quer ser moderno demais, quer atualizar demais e quer mostrar que o Homem-Aranha pode ser melhor hoje do que em 1963. Essa impressão eu tenho agora ao ver as últimas imagens do filme e ler as últimas críticas. Ele poderia ser simplesmente o Peter Parker de sempre, mas pelo que li, vi e ouvi, ele agora é um nerd/geek respeitado por uns, odiado por outros e tem até uma vida amorosa, coisa impensável para o bom e velho Peter Parker.
Acho que por um lado, o diretor quer mostrar o que Stan Lee - criador do personagem - mostrou em 1963: Peter Parker pode ser um de nós. Pode ser qualquer estudante retardado que sofre bullying na escola todos os dias, e de repente ganha poderes especiais. E o que é mais legal, e mais fantástico na criação de Stan Lee (em 1963, lembre-se sempre disso) é que mesmo com poderes, mesmo sendo um super-herói, sua vida continua um caos, seus problemas continuam aumentando e nada dá certo para o Amigão da Vizinhança.
Não há o que modernizar, não precisa mexer demais. Adequar ao nosso tempo é normal, é aceitável. Não é obrigatório, mas é aceitável. Então, novos uniformes, novos poderes, novas explicações e uma brusca mudança de personalidade não faz nenhum sentido. Eu ainda não vi o filme, mas estou sentindo que amanhã, quando sair da sala de cinema, vou reler todas as minhas revistas do Homem-Aranha e desejar que ele nunca tivesse ido para as telonas. Eu espero sinceramente que eu queime a língua, para o bem do personagem e dessa nova franquia que se inicia.

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