9 de novembro de 2011

Jornalismo em ação na RioComicon

Jornalismo e quadrinhos são duas atividades que estão bem próximas. Eu provei isso com a minha tese de conclusão de curso em 2007 (está em algum lugar nesse blog, procura aí), mas é sempre difícil ver as duas atividades juntas, ou ver um profissional especializado em quadrinhos trabalhando. A princípio, um jornalista experiente vai dizer que cobrir um evento de quadrinhos é como cobrir qualquer outro evento cultural e ele não está errado, mas um jornalista (do tipo que tem diploma) cobrir um evento como a RioComicon para um site especializado em quadrinhos, é bem diferente. Não é como um apaixonado por futebol cobrir um jogo, ou um evento sobre esportes olímpicos (sei do que estou falando...), para um jornalista/quadrinista estar na RioComicon, e trabalhar lá, é como ser o lobo em um galinheiro.
Um dos maiores presentes que ganhei nesta edição da RioComicon foi passar um bom tempo ao lado do editor do Universo HQ, Sidney Gusman, e trocar ideias sobre quadrinhos (claro), trabalho, quadrinistas e futebol! Tudo bem que o Corinthians e o Botafogo roubaram metade do nosso bate-papo, mas foi muito bom ver um profissional como o Gusman trabalhando.
É a história que sempre conto aos estagiários, um bom jornalista é como uma mosca na parede, aparece muito pouco e não atrapalha quase nada. Observar os mais experientes foi a primeira coisa que aprendi a fazer ao entrar em uma redação, e foi exatamente o que eu fiz ao lado do Gusman durante o tempo em que estivemos na RioComicon.
Outra coisa que é bom comentar: uma das mantes por trás do Universo HQ e das três edições do MSP50, tem marra zero e simpatia e generosidade 10, ingredientes que o transformaram quase que em outra atração da RioComicon. Colaboro com o Universo HQ já faz alguns meses, sou talvez o mais relaxado dos seus colaboradores, minha responsabilidade como jornalista e como pesquisador dobrou depois disso e ver as coisas acontecerem na RioComicon foi um imenso prazer e um grande aprendizado.
Essa postagem não tem o objetivo de rasgar seda ou ser só babação pra cima do editor do Universo HQ. Não há necessidade alguma nisso e o Gusman nem precisa, mas o que quero enfatizar é que só um trabalho bem feito pode render bons resultados, parece redundante, mas não é. Existem milhões de bons jornalistas cobrindo quadrinhos e centenas de sites com bom conteúdo, (e também uma penca que não serve para absolutamente nada) mas não tive a oportunidade de ficar perto desses bons jornalistas enquanto atuavam. Essa não é uma homenagem só ao Gusman, mas a todos os jornalistas que se dedicam exclusivamente aos quadrinhos (meu sonho de consumo)! Trabalhar com quadrinhos é coisa séria, pois o jornalista dessa área lida com um público seleto e incrivelmente inteligente. Agradar a essas criaturas é tarefa árdua e só mesmo com muito trabalho e dedicação as coisas funcionam corretamente. Então, como costumamos dizer aqui na roça: segue a lida.

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