Glauco Villas Boas, o quadrinista e cartunista da Folha de São Paulo foi brutalmente assassinado ontem à noite. Ele e seu filho morreram alvejados por quatro tiros cada um. Glauco teve como seu personagem mais emblemático, e mais famoso o "porra loca" Geraldão. Glauco foi um desenhista mediano que deu certo, longe dos traços perfeitos de Alex Ross e de Milo Manara, o Geraldão de Glauco era a síntese de uma geração que estava fadada ao fracasso, e que Glauco retratava em suas tirinhas de forma magistral.
As experiências do personagem com drogas e com a sua "libido" era o que havia de mais corajoso em tirinhas que saíam diariamente na Folha de São Paulo.
Glauco me deu esperança, embora um gênio com os textos e palavras, tinha um traço mediano, quase infantil e que marcou toda uma geração. Desenhar como ele até é possível, mas para escrever como ele é preciso ser gênio. Não nascem dois ou três Glaucos em cada esquina.
Hoje, todos os Geraldões do mundo estão de luto e todos os quadrinistas também.
Falar das circunstâncias que cercam a sua morte e a de seu filho é chover no molhado. Qualquer um, com muito pouco esforço, pode conseguir uma arma e destruir uma família inteira. Enquanto não houver pena de morte para crimes como esse, as coisas não vão funcionar.
Descanse em paz.
A ilustração acima é de Caio Zouk
12 de março de 2010
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