O descaso, ou o pouco caso, com a morte do quadrinista Glauco Villas Boas pelos jornais de Campos, mostra a importância que a Folha da Manhã e O Diário dão para a nona arte. Diaga-se de passagem, que os outros jornais de Campos, já extintos - A Cidade, Monitor Campista e A Notícia - também nunca deram a devida importância para os quadrinhos. (A Notícia já acabou né?)
No último final de semana, quando todos os blogs, jornais do Rio e São Paulo, e todos os grandes portais falavam do quadrinista, lembravam a sua obra e lamentavam a sua morte, os jornais de Campos praticamente ignoraram o assunto.
O descaso com os quadrinhos nos jornais de Campos não é novo, é ranço antigo, e um preconceito tão velho quanto a própria imprensa. As charges sempre tiveram lugar de destaque, afinal de contas elas se transformaram em instrumento político, então nunca deixaram de ter o seu lugar nas páginas dos jornais campistas, já os quadrinhos, as tirinhas, sempre foram relegados a segundo plano, ou a sumplementos infantis.
A Folha da Manhã, que tinha no sumplemento A Folinha uma boa alternativa para a publicação de quadrinhos, não o fazia. Nas décadas de 70 (final) e 80, quase todo o suplemento era capitaneado por uma figura chamada Tiamô, que recebia desenhos de crianças e historinhas. Mas não havia publicação regular de tirinhas como em O Globo e no Jornal do Brasil, por exemplo.
No final da década de 90, a Folha da Manhã ainda publicou uma série de tirinhas, que retirava gratuitamente da internet na Folha Dois. O problema é que utilizava as tirinhas para tapar buraco e cobrir algum espaço no jornal. Não eram publicadas de forma regular.
Quando nasceu o jornal O Diário, eu mesmo implantei a publicação diária de tirinhas, o que durou até o ano passado. Porém, sem nenhum apoio financeiro do jornal, apenas contando com a boa vontade dos desenhistas de Campos e de outras partes do país. O jornal foi o primeiro em Campos a publicar tirinhas de artistas da planície goytacá. Durante alguns bons anos alguns quadrinistas de Campos puderam mostrar a sua arte para todos os municípios da abrangência do jornal.
Mas, infelizmente, parou tudo por aí. Hoje, nenhum jornal de Campos dá a devida atenção para os quadrinhos, nenhum deles publica mais titinhas de forma regular e todas as notícias sobre quadrinhos são solenemente igmoradas, exceto àquelas que falam sobre cinema. Então, esquecer quem foi Glauco e ignorar a sua obra e a sua morte, não foi algo assim tão absurdo, já que a maioria dos editores de jornais de Campos sequer sabe o que é um quadrinista.
15 de março de 2010
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