24 de março de 2008

Esperança

Existe um ditado que diz que “quem espera sempre alcança” e outro que retruca dizendo “quem espera desespera”. Embora os últimos acontecimentos tenham enchido alguns pontos da cidade de esperança ainda é possível ouvir resmungos de ódio e rancor em ouros pontos.
Há quem diga que “isso não vai dar em nada”e que no final das contas “todos roubam mesmo” e que “político é tudo igual”. Talvez os políticos sejam mesmo todos iguais e que talvez todos estejam em meio a conchavos, esquemas e maracutáias. Mas, definitivamente, isso não é motivo para perder a esperança e entregar os rumos da cidade, do estado, ou do país nas mãos de qualquer um somente por que não tenho em quem votar ou “qualquer um serve por que todo mundo rouba mesmo”.
É hora de não votar em políticos mas votar em homens (e em mulheres também!), esquecer o político e tentar descobrir o homem dentro do candidato. Tentar descobrir dentro de cada um o pai de família, o trabalhador honesto, o líder ativista de outros tempos ou o profissional dedicado de outras temporadas. Mas aí, existe uma corrente que aponta o dinheiro como o mal da mundo e a mola mestra para todos os males que acometem pais de família e transformam profissionais dedicados em políticos corruptos.
Então o que fazer? Tirar deles o dinheiro? Impossível. Alguns já entram ricos e saem milionários, mas teriam continuado a enriquecer mesmo que não fossem políticos. Há os que amarravam uma bicicleta na entrada do seu posto de trabalho e hoje passeiam de Eco Sport por ruas esburacadas de uma cidade que ajudou a dilapidar.
Mas então qual é a saída? Tirar-lhes o poder? Também é impossível. O poder é a razão de tudo. Um outro ditado conta que “se quer conhecer alguém dê poder para essa pessoa” ai poderá ver como realmente se comporta. Então talvez o problema esteja no berço. Sim o problema está no berço de cada um. Será que papai e mamãe não ensinaram que roubar é feio? Que jogar lixo no chão não é educado? Que arrotar na mesa é muito feio? Que peidar na frente dos outros é um hábito nojento? Mamãe e papai não ensinaram que mexer nas coisas dos outros é errado? Que Papai do Céu briga?
Está explicado. Aposto que todo mundo já ouviu isso, mas tem gente que ignora. Então se ignora é por que é ruim mesmo. Gente ruim, semente ruim, não presta! Mas todos os políticos são assim? Há quem acredite que sim e já é possível ouvir eleitores na fila de espera para votar dizer que vai votar em candidato X ou Y por que ele “rouba menos que os outros”, ou então outra frase que já ficou famosa: “este rouba, mas faz!”.
Não há o que fazer então. Paciência, minha sugestão é que seja feito um test-drive para os políticos que pleiteiam um cargo público. Uma cidade de mentirinha, ou um vestibular para políticos ou uma espécie de exame psicotécnico para governantes e parlamentares. Seria uma boa idéia. Talvez fosse possível detectar possíveis falhas de caráter ou outras coisas que impediriam que o indivíduo se habilitasse para um cargo público.
Mas como isso não vai ser possível só nos resta não perder a esperança e acreditar que por trás do político, por trás do sorriso de campanha, por trás da foto no santinho existe um homem e que essa criatura ainda deve ter mãe para se envergonhar de suas travessuras, ou para se orgulhar de seus feitos. O que não podemos é perder a esperança. Afinal quem espera sempre alcança, quase desespera, mas sempre alcança.

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