24 de novembro de 2013

Sobre o Festival Internacional de Quadrinhos em BH


Conversei com algumas pessoas, falei com minha família e amigos mais próximos, mas desde que voltei do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) em Belo Horizonte, na semana passada, ainda não tinha feito nenhum relato, por escrito, no meu blog, onde costumo "resenhar". Embora, não tenha feito nada novo desde que comecei a me dedicar a revista que levei para o FIQ.
Fiz umas duas postagens no Facebook, mas vale aqui um relato “oficial”. Quem acompanha o blog deve ter percebido que mudou tudo de novo. Depois de várias experiências e de tentar dar um rumo para a minha carreira, minha intenção agora é a de me dedicar mais aos desenhos, publicações e roteiros, e falar um pouco menos sobre o trabalho dos outros. Continuarei colaborando com o Universo HQ e, possivelmente, ainda farei uma ou outra resenha aqui no mucufo, mas a tendência é que eu utilize esse espaço para divulgar cada vez mais a minha produção.
O FIQ 2013 me ensinou algumas coisas e o choque de realidade me fez bem. Estou muito distante do mercado de quadrinhos e o que chega aqui em Campos não me dá a exata noção do que está acontecendo lá fora. A FIQ me mostrou com todas as cores e letras como o mercado está funcionando e voltei com a certeza de que preciso me aprimorar mais, melhorar muito mais e desenhar, escrever, desenhar, escrever, desenhar, escrever, desenhar, escrever, todos os dias como se não houvesse amanhã.
Enfim, a revista “Estado Permanente de Tristeza Profunda” não pode ser considerada um trabalho pronto, finalizado. A revista que foi lançada no FIQ e que circulou por lá, funciona como um pré-projeto, ou uma prévia de uma revista maior que está por vir. Em uma das minhas postagens recentes, expliquei que fui obrigado a suprimir algumas cenas, cortar algumas coisas do roteiro por causa do espaço, e tentei costurar tudo para que essa história, que já está impressa, não perdesse o sentido. O primeiro passo foi dado e eu acho que emsmo com todas as dificuldades está bem legal e o resultado foi melhor que o esperado.
O projeto inicial era que a revista tivesse mais páginas, mais desenhos e um formato um pouco diferente. Infelizmente minha grana ficou curta e eu não consegui escrever e desenhar tudo o que eu queria. Por conta de sérias restrições orçamentárias, a revista que teria perto de 100 páginas, caiu para 36. No meio do processo, desloquei o punho direito, duas vezes em dois acidentes de bicicleta - para quem não mora na minha cidade, em Campos andamos de bicicleta o tempo todo -, isso sem falar em um problema com os meus pais que os mais chegados sabem qual é. Não bastassem todos os problemas que caíram na minha cabeça exatamente quando a revista estava sendo trabalhada, o meu trampo como editor de um jornal diário, não me deixou dedicar à revista o tempo que eu gostaria. Eu passo, mais ou menos, de oito a dez horas do meu dia no jornal, então, fica complicado chegar em casa e ainda desenhar e escrever por mais dez horas ou mais. Não estou justificando o resultado, mas explicando o futuro, e o porquê de ainda não ter “finalizado” esse trabalho.
A história que está impressa conta a saga de um jovem confuso e aparentemente desequilibrado, ou simplesmente um adolescente impulsivo. Ele resolve embarcar em uma jornada em busca de respostas para perguntas que ele mesmo formulou, e como um rebelde sem causa, se aventura por uma mata e depois por uma estrada até encontrar suas respostas.
Ainda não recebi o feedback de editores, desenhistas e amigos para quem entreguei a revista, e o público que a adquiriu no FIQ avaliou bem o trabalho. Em breve, pretendo torrar o restante das revistas que ainda tenho, aqui em Campos. Pretendo vender por 2 reais e o dinheiro arrecadado com a venda desse exemplar vai ajudar a financiar a versão “capa dura” com extras e cenas deletadas de “Estado Permanente de Tristeza Profunda”.
O plano segue, dessa vez sem alterações de última hora. Além de terminar a nova versão para a revista pretendo finalizar uma tirinha sobre um personagem que está em desenvolvimento e em algumas semanas deve entrar no ar nesse mesmo espaço. Futuramente pode se transformar em uma outra publicação. Além disso, sigo em outros projetos em parceria com os desenhistas Glauco Torres Grayn, Beralto e a Mara Oliveira (que ainda não sabe que eu vou convidá-la para um trampo).
Por enquanto é isso, acho que o maior festival de quadrinhos do Brasil me ajudou a entender melhor o mercado e a aprimorar a minha técnica e o meu texto. Estamos pelo menos um nível ou dois, abaixo do que está sendo produzido hoje, mas acho que dá pra chegar lá com trabalho e muita dedicação.
Agradeço também aos profissionais que sempre me receberam com muito carinho, me incentivaram e me ajudaram com palavras de incentivo, críticas pontuais e construtivas, seja por email, Facebook ou pessoalmente. Da mesma forma, centenas de amigos também partilharam da minha alegria e me incentivaram. Sou grato a todos eles.
Agora que ela já foi publicada, posso dizer que boa parte da revista contém trechos da música “Descivilização” do Biquíni Cavadão. Os integrantes da banda foram extremamente generosos e exigiram apenas os créditos dentro da revista. Também por isso, como não consegui explorar a música como gostaria, essa edição merece uma republicação, o que acontecerá no próximo ano como já expliquei.
Sigo então planejando o relançamento de “Estado Permanente de Tristeza Profunda”, nas tirinhas desse novo personagem que deve surgir em algumas semanas, e em pelo menos mais um título no qual já estou trabalhando o estudo dos personagens. Sem falar nas propostas com os amigos desenhistas e ilustradores. E é isso aí, vida que segue. Em breve vou postar aqui e em todas as redes o local onde vou lançar a revista aqui em Campos, já que quase ninguém teve acesso desde que voltei de Belo Horizonte.
Mais uma vez obrigado a todo mundo que sempre me apoiou e aguardem mais novidades para 2014.

1 comentários :

walnize carvalho disse...

Torço por gente talentosa e decidida.
Você é assim... Siga em frente!
Abraços,Walnize Carvalho