28 de julho de 2011

Capitão América e o ufanismo americano

O filme do Capitão América vai estrear amanhã (ou hoje se você estiver lendo isso depois da meia noite) no Brasil. Beleza. Eu não vou falar mal de mais um filme da Marvel Comics. Pelo contrário. Acho que o projeto do filme do Capitão América, e por conseguinte o projeto do filme dos Vingadores - que estreia em 2012 -, é um dos mais bem planejados e articulados do cinema e tem tudo para dar certo.
A questão aqui é o Bandeiroso. Não tem como sacar que o Capitão América é um produto da arrogância e do ufanismo americano e nós, brasileiros, criatura do "Terceiro Mundo", abraçamos o Capitão América como se ele fosse o defensor natural de toda o continente americano, e ainda somos capazes de achar ridículo um herói com as cores da bandeira do Brasil.
O Capitão América foi criado no auge da Segunda Guerra Mundial, um personagem com objetivos bem definidos e que sempre foi um termômetro para o patriotismo dos norte-americanos. Mas com certeza o Capitão América é o que podemos chamar de personificação do ufanismo americano, e mesmo assim, adoramos o Bandeiroso, com suas estrelas e as listras.
Com o texto de Stan Lee e os traços de Jack Kirby devo confessar que fica fácil gostar do cara, eu mesmo gosto bastante do personagem. A ideia de um escudo ao invés de uma pistola convencional, alguém que usa um instrumento de defesa como uma arma, tudo isso é genial. A história de ser congelado, o primeiro vingador, tudo isso foi uma jogada de mestre que transformou o Capitão no personagem que conhecemos hoje.
Vá ao cinema, prestigie. O filme é bom e diferente da bosta que foi X-Men - First Class, o filme é bem fiel aos quadrinhos e está muito bem produzido. Mas quando estiver assistindo o longa, lembre-se de que: você não é americano; os yankes não gostam tanto assim de você; e que os gringos ainda acreditam que vivemos com índios, mulheres nuas e fantasiadas, cercados por macacos e elefantes na selva amazônica. Ufa!

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