26 de maio de 2011

Mestre Kim #7

Esta resenha foi originalmente publicada no site Universo HQ

Sinopse
Ameaça Biológica - Enviado pelo governo para investigar o sequestro de um cientista e o roubo de uma arma química, Mestre Kim enfrenta os mafiosos ao lado de uma agente secreta israelense .
O campeão - Mestre Kim ajuda um jovem lutador a encontrar os assassinos de seu irmão. O herói enfrenta contrabandistas em um navio.
Aventura em Hong-Kong - Em Hong-Kong, o Mestre Kim está a serviço de um comerciante que procura pelo neto. No caminho, enfrenta capangas e bandidos.
Terror na 5ª Avenida - Em Nova York, Mestre Kim enfrenta assaltantes de banco no meio da rua.

Em 1991, quando já não abrigava mais os heróis da Marvel, a carioca Bloch publicou durante curta temporada as histórias de um paladino tupiniquim das artes marciais: Mestre Kim. A revista teve a maioria de suas histórias desenhadas por Eugênio Colonnese e Marcello Quintanilha, entre outros desenhistas da editora.
O lutador das HQs era baseado em um personagem real. Mestre Kim é o imigrante sul-coreano Yong Min Kim, um dos responsáveis pela divulgação do Tae Kwon Do no Brasil. Sua colaboração com a Polícia Militar do Rio de Janeiro e a Polícia Federal, em treinamentos de defesa pessoal, o levou a participar de programas de televisão ensinando a arte para crianças.
Credenciado pelas apresentações na extinta TV Manchete, Mestre Kim ganhou uma revista mensal na editora Bloch para contar as suas aventuras.
Esta sétima edição foi lançada em 1991 e, apesar da assinatura de Colonnese em duas histórias, nenhuma tem a mesma qualidade de outros trabalhos do artista.
A falta de créditos em quase todas as histórias e as poucas informações são alguns dos pontos fracos deste número. Diferentemente das edições anteriores, apesar de todas as revistas seguirem uma mesma linha de narrativa, esta já dava sinais de que a série não iria longe.
Com quatro tramas curtas, desenhos mal acabados, roteiros simplórios e interlúdios de uma página com curiosidades sobre lutadores reais e outras artes marciais, Mestre Kim # 7 apresenta histórias completas e todas, claro, contando as aventuras de Mestre Kim pelo mundo.
O personagem era uma espécie de James Bond coreano, que passeava de Ferrari pelas ruas da Coreia do Sul e combatia mafiosos e contrabandistas pelo mundo.
A primeira história, com assinatura de Colonnese, mostra o herói salvando o planeta. É a mais longa da revista e também a de melhor acabamento. Logo na primeira página, chama a atenção uma morena de decote generoso.
Apesar do bom desenho, a personagem quase não se justifica no roteiro e mais parece um apelo para tornar a HQ mais interessante. Não por acaso, a morena aparece com dois vestidos diferentes e, no fim, já está quase nua.
Mestre Kim, porém, age como se a moça fosse uma estátua, e termina a história sem sequer dar uma piscada para a (depois descobre-se) agente israelense. Depois de uma página e três quadros que tentam explicar a origem do "Taekwon-dô", a próxima aventura joga o herói de encontro a contrabandistas.
Na tentativa de ajudar um jovem lutador que busca os assassinos de seu irmão, Kim esbarra em um contrabando de caixas vazias (!) a bordo de um navio. Crime desvendado e vilões derrotados em apenas dez páginas, com uma arte que deixa a desejar.
Três recordatórios sobre o boxeador Frank Dux, em uma página, precedem a penúltima história, que é ambientada em Hong Kong. Mestre Kim enfrenta bandidos, capangas de um comerciante de sedas e, por fim, salva a vida dos garotos que estavam sob o poder de bandidos.
Antes da última aventura, uma página intitulada Os Golpes de Mary conta como uma menina impediu um assalto e capturou o meliante com apenas um golpe de tae kwon do. O que parece ser uma história verdadeira, não dá créditos ou localização.
Terror na 5ª Avenida encerra a edição com o traço de Eugênio Colonnese em uma aventura de apenas sete páginas. Em outro roteiro ingênuo, Mestre Kim vira refém em um assalto a banco e elimina os bandidos com dois ou três golpes.
O melancólico fim desta edição justifica o cancelamento da revista dois números depois. O entusiasmo do começo da publicação não se repetia mais. Roteiristas, desenhistas e até o excelente Eugênio Colonnese pareciam ter perdido o fôlego.
Histórias que economizavam nos cenários, uma arte-final ruim e outras derrapadas editoriais, podem ter decretado o fim da revista. O bem intencionado Mestre Kim, que chegou a ajudar nas edições como corroteirista, encerrou suas aventuras nos quadrinhos na edição # 9 e acabou perdendo terreno para As histórias reais de Drácula e as aventuras de Angélica.
Ainda assim, vale conferir a arte de Colonnese e, nas primeiras edições, de Marcello Quintanilha. Do resto, poucas saudades.

1 comentários :

Anônimo disse...

Frank Dux está para voltar aos cinemas. Vão fazer um remake. Um dos rumores iniciais é de que seria filmado também no Brasil. Mas ainda rumores. Mas que ele vai voltar, com ctz.