31 de março de 2010

Mais uma estrela que partiu desta para melhor

O tempo vai passando e começo a notar que estou ficando cada vez mais velho, e os meus heróis estão morrendo. Felizmente, nenhum deles por overdose. No último dia 27, o editor, desenhista e arte-finalista Dick Giordano morreu nos Estados Unidos, aos 77 anos, em virtude de uma leucemia e morreu de complicações resultantes de uma pneumonia.
Richard Joseph "Dick" Giordano nasceu em 20 de julho de 1932, em Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos. Sua carreira nos quadrinhos começou em 1951, no estúdio de Jerry Iger, desenhando Shenna para a editora Fiction House.
Em 1952, passou a trabalhar como free-lance para a Charlton Comics. Em 1965, Giordano já era o editor-chefe da Charlton e, em 1966, foi o responsável pela criação da linha de super-heróis da casa, com personagens como Questão, Pacificador, Judô Máster e Thunderbolt. O Capitão Átomo, criado em 1960, também foi revigorado nessa linha. O mesmo ocorreu com o Besouro Azul, que ganhou uma nova versão (Ted Kord) e foi ilustrado por Steve Ditko. Anos depois, quando Giordano estava trabalhando na DC Comics, ele foi o responsável pela aquisição dos personagens da Charlton. A relação mais direta de Giordano com a DC Comics começou em 1967, quando ele foi contratado por Carmine Infantino, como editor. Dois anos depois, em 1969, Giordano ganhou o prêmio Alley de melhor editor.
Essa primeira fase de Giordano com a DC Comics durou até 1971, quando ele saiu da editora para trabalhar com Neal Adams no estúdio Continuity Associates, que mais tarde se tornaria a Continuity Comics. Apesar disso, continuou fazendo desenho e arte-final para as revistas da DC. É desse período sua longa colaboração com Neal Adams, como arte-finalista na revista Batman, na ótima saga de Ra's Al Ghul; e na aclamada série Green Lantern/Green Arrow.
Seu trabalho como arte-finalista lhe rendeu o prêmio Shazam na categoria melhor arte-finalista nos anos de 1970, 1971, 1973 e 1974. Mas o trabalho de Giordano não se restringia apenas à arte-final. Como desenhista, ilustrou dezenas de histórias para grandes editoras, mas principalmente para a DC Comics, em títulos como Batman, Wonder Woman, Action Comics, Superman, Black Canary, Detective Comics, Flash, entre outros.
Para a Marvel, Giordano desenhou histórias dos Filhos do Tigre, em Deadly Hands of Kung Fu; e Dracula Lives. Ele fez a arte-final dos primeiros crossovers entre a DC e a Marvel Comics. Em 1976, arte-finalizou Ross Andru em Superman vs. the Amazing Spider-Man, e em 1978, passou o nanquim sobre o lápis de seu amigo Neal Adams, na revista Superman vs. Muhammad Ali.
Em 1980, Jenette Kahn, que na época era a publisher da DC, trouxe Giordano de volta como editor das revistas do Batman. Em 1981, o autor foi nomeado gerente editorial. E dois anos depois foi promovido a vice-presidente e editor executivo, cargo que ocupou até 1993.
Nessa época, Giordano foi uma das peças fundamentais na transformação da editora, trabalhando na modernização de personagens como Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde, Liga da Justiça da América e os Novos Titãs. Outro exemplo da influência de Giordano nesse período está no fato de que ele foi um dos editores (junto com Dennis O'Neil) de O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller. Além disso, foi o arte-finalista de George Pérez na série Crise nas Infinitas Terras, de 1986, um trabalho hercúleo devido ao enorme número de personagens envolvidos.
Giordano e Karen Berger ainda visitaram a Inglaterra em busca de novos talentos e dentre os recrutados estavam Alan Moore, Neil Gaiman e Dave McKean. Não é exagero dizer que ele foi um dos responsáveis pelo surgimento do selo Vertigo.
Em 1993, Dick Giordano deixou a DC Comics mais uma vez, e diminuiu bastante o seu ritmo de trabalho. Esta decisão foi resultado de uma tragédia pessoal: a morte da esposa Marie Trapani, em 1993, vítima de câncer. Além disso, Giordano já estava sofrendo com uma perda significativa da audição.Em 1994, ele ilustrou uma graphic novel de Modesty Blaise, escrita por Peter O'Donnell.
Bob Layton e David Michelinie se juntaram a Dick Giordano para fundar a Future Comics, entre 2001 e 2002. O primeiro título, Freemind, foi escrito por Michelinie, ilustrado por Layton e arte-finalizado por Giordano. Infelizmente, a editora não teve vida longa e fechou as portas em 2004. Os leitores europeus e australianos do Fantasma foram agraciados nesta década, com histórias do "Espírito que anda" ilustradas por Giordano.
Apesar de todas essas atividades, Giordano ainda encontrou tempo para participar do conselho do A Commitment To Our Roots (ACTOR), entidade dedicada ao suporte de autores de quadrinhos em necessidade, que em 2006 se transformou na Hero Initiative.
A Impact Books publicou em 2005 um livro no qual Giordano ensina a desenhar, Drawing Comics with Dick Giordano, com os métodos e técnicas que ele usava nos quadrinhos.
Saiba mais sobre Dick Giordano no site oficial deste artista legendário.

1 comentários :

Lucas Wuo disse...

Felizmente nenhum de seus heróis morreu de overdose.Mas o meu MAIOR herói morreu infelizmente de overdose de barturicos,sabe de quem eu falo?Jimi Hendrix morreu jovem aos 27 anos.Você é geração Atari?Dê uma olhada no meu blog(http://lucaswuo.blogspot.com).Volte na época em que os jogos eram 2d!